domingo, 16 de setembro de 2012

Correntes-3-

Os dias correram normais depois daquela dupla "coincidência", tudo tedioso...
Trabalho, família tudo.
Até os passeios, as festas e as "bebedeiras".
Finalmente depois de alguns meses consegui montar uma banda... Isso alegrou o dia, admito.
Ensaios e mais ensaios, até finalmente marcarmos nosso primeiro show.
Ficou marcado pra dia 19/05, meu coração estava acelerado e eu tinha medo, a adrelina foi tomando conta do meu corpo a medida que o dia se aproximava...
E então o dia tão esperado chegou... Fui o mais básica possível, camisa de manga preta, calça jeans e all-star nos pés. Meu baixo 70' Precision Fender estava devidamente polido e afinado.
Nos anunciaram no palco de um barzinho... Eu e as garotas subimos no palco, elas estavam chamando muito mais atenção que eu visualmente falando, afinal, geralmente os baixistas são ignorados, então não dei muita importância...
Senti minhas mãos gelarem, foi uma sensação inexplicável, era a minha primeira vez em cima de um palco. As luzes refletiam nos meus olhos e eu tocava com o coração, meus dedos deslizavam pelo corpo delicado e duro do meu instrumento, eu estava dando o melhor de mim, a platéia ficou admirada e eu pude ouvir seus gritos de excitação.
De vez enquando, eu lancava alguns sorrisos e olhares tímidos para o público ou brincava com Sakura, a minha vocalista.
Sakura é uma garota legal, superfeminina e delicada, olhos verdes e um lindo potencial vocal, ela explorava aquilo, devorava aquilo, cantava de uma forma pura e selvagem, fazia com que tudo saísse perfeito.
Bom, já que vou falar das garotas da banda, temos a Angel na guitarra solo, ela é a mais engraçada entre todas nós... Ela parecia estar jogando vídeo-game pela facilidade com que realizava aqueles solos.
Mary na guitarra base, ela era a mais centrada, perfeccionista, mas bem agitada nos palcos.
Rose na bateria, ela é um pouco agressiva, mas era o tipo de agressividade necessária para agradar os ouvidos de todos e ao mesmo tempo, doce, um misto de uma porção de coisas.
E eu, no baixo...
Voltando á experiência, tocamos por uma hora e meia, o bar era pequeno, estava lotado, saímos pelos fundos do palco, nos apressamos para desmontar e guardar nossos respectivos instrumentos, sendo barradas a cada meia dúzia de passos por pessoas que acabaram de ver a nossa performance.
Fazia tempo que não sentia tanta felicidade transbordar de meu coração... Eu sou a mais sensível do grupo, então, a cada elogio, meus olhos enchiam-se de lágrimas.

2 comentários:

  1. Wuhooo! me amarrei nessa capitulo! me fez lembrar a banda The Runaways, bem bacana o modo que vc escreve... da pra sentir a coisa fluindo!

    ResponderExcluir