quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bela & a Fera- A face da morte

 O pai para próximo a um riacho e cuida dos ferimentos da filha. Tinham apenas dois dias para chegarem ao castelo da Fera.
 Bela conta ao pai exatamente o que e como aconteceu e ele lhe entrega um pequeno punhal para eventuais problemas.
 Os dois continuaram na estrada sem maiores interrupções, a ferida começa a querer cicatrizar, exceto por alguns cortes mais fundos. Os cavalos trotavam sobre as folhas secas. O tempo estava estranho e uma leve garoa caia, limpado os rostos suados e cansados de pai e filha.
 Lentamente a noite caia, sem o brilho das estrelas, sem o brilho da lua, o céu escuro, sem nuvens apenas aquela garoa irritante.
 Ao parar mais adiante, o pai tira um fino acolchoado de cima de uma maleta e o dispõe no chão, para que Bela pudesse descansar por um instante, o corpo frágil a garota amolece aos poucos, finalmente Bela consegue dormir.
 O vento sopra os cabelos grisalhos de seu pai e a chuva começa a aumentar, relâmpagos azuis apontam no céu de tempos em tempos. O homem está sentado no chão admirando a beleza da chuva. Um novo relâmpago, uma silhueta feminina aparece de relance, seguida por um forte estrondo.
 Neste instante ele é capaz de sentir duas mãos delicadas tocarem seus ombros.
" O que faz uma mulher sozinha vagando pela floresta há uma hora destas?"
 A figura é pálida e esbelta, aparece novamente em outro clarão, os cabelos longos e dourados sobre os seios desnudos, sua pele suave e o rosto angelical mexeram com o coração do homem, mas por alguma razão ele temia satisfazer sua carne com aquela mulher.
 A mulher usava apenas um saiote roxo e ao avançar abria lentamente os lábios revelando a cada relâmpago, um pouco do comprimento das presas muito alvas.
 Parecia mais um anjo recém-nascido, ou talvez uma vampira, recém-transformada.
 O homem se deixa seduzir pela linda mulher, ele chega os lábios mais próximo aos lábios dela, a mulher o beija apaixonada e sensualmente.
 Inclina o pescoço do homem de modo que pudesse cravar seus dentes em seu pescoço, mas não contava que um simples esquilo acordaria Bela, que vê o problema de seu pai.
 De punhal em mãos, Bela se aproxima silenciosamente da mulher, puxa o longo cabelo dela e quando o pescoço jovem da monstra está á mostra, sem pensar duas vezes, Bela degola a mulher, fazendo que sua cabeça saia rolando pelo chão deixando um rastro de sangue, os seios da falecida estavam aparecendo, Bela levanta um de seus saiotes e cobre o resto do corpo.
 O pai acorda do transe e encontra a filha com sangue nas mãos.
 O pensamento de Bela caiu sobre a fera novamente. Por alguma razão ela matou a vampira, não por seu pai, mas sim por sentir que a fera sofreu em sua vida, e ao matá-la sentiu-se tomada de prazer e não sentiu mais medo... Por um instante chegou a querer estar nos braços da fera, imaginou se um dia ele fora humano... E se ela conseguiria mudá-lo....

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