quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bela & a Fera - Pequeno acidente

Na manhã seguinte, o sol aponta dourado no horizonte. Bela se levanta e vai cuidar de seus afazeres domésticos.
 O pai levanta mais tarde, com os ferimentos lentamente se curando.
-O que houve pai?
-Nada Bela... Nada...
-Nada não. Houve alguma coisa.-insiste a garota.
-Bem, vá arrumar suas malas, te contarei no caminho.
 A garota abre a boca para novas perguntas porém o pai a bloqueia tragando um cigarro. Bela sobe as escadas e arruma suas malas rapidamente, vendo os cabelos ralos de seu pai pela janela.
 -Suba na carruagem...
 Bela obedientemente sobe.
-Para onde vamos?
 O pai de Bela conta-lhe toda a história, sobre a rosa e sobre o monstro, Bela entra em pânico, afinal, onde estaria seu pai com a cabeça ao planejar deixá-la á deriva com um horrendo monstro?
-EU NÃO VOU!
-Você prefere morrer?
-N-não!
-Então obedeça!
 Bela ficou em silêncio. E nesse instante o céu começa a mudar, atingindo um roxo crepuscular.
Um barulho estranho chama sua atenção, e algo viscoso cai em suas roupas, algo como baba, porém vermelho feito sangue, ela decide ignorar, afinal já estava bastante transtornada.
 Ela se mantém em silêncio, absorta em seus próprios pensamentos.
"Ele não deve ser tão ruim, pessoas ruins não cultivariam rosas... Mas eu queria que ele fosse mais humano...Será que ele vai me machucar?Tenho medo... Estarei sozinha, e sem ter como lutar...
 Será que ele já amou alguém alguma vez na vida? Será que ele me amará? Será que eu destruirei ele? Ele é um coração de pedra... Por ter machucado meu pai daquele jeito..."
 Um estrondo interrompe os pensamentos de Bela, ela sente que tudo de ruim está prestes a começar... Em meio ao medo, sente pequenas mãos ossudas roçar-lhe os cabelos, olha pra trás e vê no lugar dos olhos, duas jóias vermelhas, a criatura estava ensanguentada, lembrava um homem, um pequeno homem, porém com olhos fundos, garras afiadas e pequenos chifres.
 O pequeno demônio começa a atacá-la com tremenda violência, tentando atingi-la no rosto, mas a garota se protege com as mãos e sem conseguir gritar, revida os ataques da criatura com a mesma violência, os golpes continuaram fazendo com que partes dos membros superiores da garota se tornassem visíveis até os ossos.
 Lágrimas de dor escorriam por suas feições delicadas e sem explicação o demônio bizarro desaparece, a voz de Bela volta, e tudo o que se dá para ouvir neste instante são os gritos de dor da jovem.

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