segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bela & a Fera- Silêncio e perdão

 Os dias que se passaram foram iguais. Ele sem falar com ela diante de algo tão bobo. Ambos dividindo um teto e sem nem dizer bom dia um ao outro.
 Até que na tarde do 4° mês , a Fera decide quebrar o silêncio. Bela está no jardim, e é uma tarde de inverno horrorosa, os cabelos estão ao vento e pedacinhos de madeira chicoteiam em seu rosto fazendo sangrar suas feições delicadas. Ele chegou de mansinho perto dela, como um verdadeiro caçador, coberto de sangue e com lágrimas brilhantes nos olhos que poderiam muito bem congelar a qualquer instante.
 Quatro meses de interação impessoal, um cuidando do outro, tendo carinho um pelo outro, porém sem troca de palavras. Ele acabou sentindo algo forte por ela e queria vê-la sorrir, ao menos um vez na vida.
-Bela, se você quiser ir, vá.
-O quê?
-Ver seu pai. Estou basicamente te sequestrando, há 4 meses você sem ver seu pai, cozinhando, apenas com um quartinho pra dormir.
-Eu não preciso de sua pena.
-Eu não estou com pena, só quero fazer o que eu acho certo...
 A Fera olha profundamente os olhos de Bela, e percebe que é mais bonita de que se lembrava, bonita como um botão de rosa florescendo ou o pôr-do-sol, pensando melhor, ele notou que a beleza dela era indescritível.
-Tenho que voltar?
-Apenas se quiser. E por favor, aceite esse medalhão, para que eu possa te encontrar.
-Ok.
 Ela sentiu um forte impulso e abraçou aquele corpo bizarro e gigante sorrindo, feliz por saber que reencontraria o pai.
 Juntou algumas roupas e colocou numa mala. Seu coração palpitava com tamanha ansiedade. Ela disparou de encontro a mata correndo, sem nem olhar pra trás por algum motivo ela ainda temia a Fera.
 A chuva começou a cair na floresta enquanto a noite surgia, os longos cabelos de Bela foram aos poucos se encharcando, um pingo escorreu do topo da cabeça até os pés e a cabeça dela estava confusa com diversos pensamentos. A chuva se misturou com o suor criando uma nova essência, um frescor, um raio de felicidade, ela jamais imaginara que sentiria tanta falta do pai.
 A noite caiu por completo, ela decidiu parar numa clareira pra descansar, uma coruja encharcada e suja passou por ela voando velozmente e o único desejo dela era estar em casa.

Bela & a Fera- Intriga

-Mas isso não responde por que atacou meu pai.-insiste a moça;
  A Fera sai do quarto, Bela corre descalça na direção dele.
-Não é melhor que eu saiba a verdade?
 A criatura permanece calada.
-Por favor fale comigo...
 A menina é ignorada e decide procurar algo mais para comer. Toda aquela conversa a deixara cansada. Agora pelo menos, tentava entender a Fera, mesmo estando magoada pelo que ele fizera com seu pai. Ela queria ganhar o coração do monstro.
 Os utensílios avisam a moça que a refeição, "o chá da tarde está pronto" eles disseram, a jovem desce correndo até a sala de jantar e se serve de um punhado de bolinhos e de uma xícara de chá, falante, como era de se esperar.
 Alguns instantes depois chega a Fera. Faminta . Ele se enta frente a frente com a moça.
-Por que?- ela pergunta
-Você é tão inconveniente sabia mocinha?
-Por querer saber o motivo do ataque ao meu pai?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bela & a Fera- A verdade

  A Fera sai do jardim ás pressas após ouvir o estrondo de Bela caindo no chão.
-Vocês por um acaso falaram com ela???-esbraveja o monstro, sua feição estava como quando atacara o pai de Bela.
-Sim senhor, mil perdões-diz o esfregão.- Eu só queria saber...
-CALE-SE! DEPOIS NÓS FALAMOS SOBRE ISSO. Agora preciso cuidar dela, me certificar de que ela ficará bem.
  Ele a pega como se fosse uma boneca de porcelana nos braços, gozado um monstro, que quase matou o pai da garota ser tão doce e delicado para com ela.
-Desculpe... Prometo lhe contar tudo assim que você acordar...-dizia ele para a moça desfalecida em seus braços.
 Algumas horas depois ela volta a si, cheia de pensamentos confusos... E quando vê o monstro sentado na beira de sua cama, fica contente por um instante.
-Olá... Me desculpe.
-Eu não posso te perdoar depois do que fez ao meu pai.
-Por favor, eu posso explicar tudo.
-Por que o esfregão falou?
-Bem... Há muitos anos atrás, este lugar, este bosque, tudo aqui era um reino.Próspero, Rico, onde todos eram felizes. Isso bem antes do meu nascimento.Todos os objetos falantes trabalhavam aqui.
Quando eu nasci, um grupo de viajantes apareceu, meus pais lhes ofereceram abrigo.
Mas algumas semanas depois descobriram que o tal grupo era ruim, um grupo de demônios que por um acaso me transformaram nisto.
-E...?
-Bela, por favor, é estranho, seu primeiro dia comigo, mas é melhor que saiba a verdade não é?
-Tanto faz.
-Bem... Meu pai ficou muito bravo e enviou tropas de soldados para lutar contra os demônios. Não me lembro ao certo, mas me disseram que foi terrível. Os demônios estavam em maior número, vieram pelo sul, tacaram fogo nas casas do vilarejo, espancaram crianças e tudo o que viam pela frente, passavam de cavalos com espadas degolando todos que passavam pela frente, fizeram um ritual que fez minha mãe apodrecer aos poucos, a pior coisa de todas, e a única coisa que me lembro.... É de ser um neném coberto de pelos, deformado e de estar mamando em seios com cheiro e gosto de carne podre. O fato é que o reino acabou. E esses objetos e eu estamos aqui por um único motivo. Quando chegar a hora um dos demônios vai vir até aqui, e se casará comigo. E se casando comigo, como meu lado humano é puro, vão conseguir o que querem. O problema é que eu não sei o que eles querem.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bela & a Fera- Belos lençóis, lágrimas e medo

-E você, diz a Fera olhando com desprezo para o pobre homem, Traga as malas dela.
  Por trás daquela enorme porta havia uma imensa coleção de belíssimos objetos, de quadros á jogos de chá, relógios dourados e lindas cortinas de cetim.
  Sobem por uma escada espiral.
  Bela fica admirada com tudo ao seu redor. No fim da escada, Bela abre a porta indicada pela Fera e se depara com imenso luxo.
-É aqui seu quarto. Está a seu gosto?
  O quarto era todo decorado com rosas e lençóis de seda. A garota fica maravilhada com a imensidão do quarto e ajuda os pais com as malas.
-Dê adeus ao seu pai. -diz a Fera com arrogância.
-Não. Responde a garota.
-Filha, por favor...-Diz o pai apavorado e desesperado. Ele abraça a garota e  lhe entrega um medalhão que fora da mãe de Bela.
  E estas foram as últimas palavras que eles trocaram até então.
-O que você quer de mim? -pergunta para Fera...
-Bela... Sua companhia... O que mais seria?
  A Fera sai, deixando Bela á sós consigo mesma... E a garota permanece assim por algumas horas... Refletindo... E com muito medo... Afinal, as aparências nem sempre enganam, podia a fera ser um monstro devorador de garotas do campo... Ou um sádico que ama ver o sofrimento das pessoas... Ou ainda um maníaco sexual.
 Quando deixa de ouvir a voz da Fera, abre a porta e desce as escadas, a procura do que fazer. Nota que o palácio está imundo e começa a procurar objetos para limpeza.
  Encontra um esfregão, um balde, uma vassoura, entre outros objetos que saem magicamente pulando, saltitando limpando tudo ao redor. Bela se assusta e dá um grito que ecoou por todo o lugar.
-Olá, você por um acaso é a convidada do patrão??
  Bela fica pasma de susto e desmaia.

Bela & a Fera- Quando Bela conhece a Fera

-Bela, suba na carruagem, este lugar não é mais seguro.
 E neste instante, Bela percebe que seu pai não perdera totalmente a consciência do que estava acontecendo, ele vira tudo, mas a vampira era forte e ele não pode lutar contra o desejo de possuí-la.
 Mais um dia eles passaram cavalgando, até que finalmente no último dia de prazo, avistaram um palácio imenso.
As paredes eram grossas e de pedra, havia inúmeras janelas, um jardim com grande diversidade de plantas e um lago romântico se não fossem pelas estátuas de pedra em forma de gárgulas.
 O pai bate na gigante porta.
 A porta se abre e uma grande criatura de cabelos desgrenhados, rosto um tanto deformado surge... Mas algo nele atraiu a atenção de Bela... Ele tinha um brilho humano no olhar... E os lábios... Ah, os lábios, os mais bonitos que ela já vira.
 A Fera olha para o pai de Bela com desprezo. Apanha a mão da moça e dá um beijo.
-Prazer em conhecê-la.-Disse ela mostrando a voz sensualmente doce anasalada e rouca... Três elementos essenciais para a voz de um homem segundo ela. E totalmente diferente do rouco gutural que assombrou o pai de Bela há alguns dias atrás.
-Eu acho que não posso dizer o mesmo depois do que o senhor fez ao meu pai... Lamento.
-Você é mais Bela do que seu pai me disse...Seus olhos são feitos do mais puro mel e seus cabelos, da mais pura escuridão... Por favor, deixe-me mostrar seu quarto...

Bela & a Fera- A face da morte

 O pai para próximo a um riacho e cuida dos ferimentos da filha. Tinham apenas dois dias para chegarem ao castelo da Fera.
 Bela conta ao pai exatamente o que e como aconteceu e ele lhe entrega um pequeno punhal para eventuais problemas.
 Os dois continuaram na estrada sem maiores interrupções, a ferida começa a querer cicatrizar, exceto por alguns cortes mais fundos. Os cavalos trotavam sobre as folhas secas. O tempo estava estranho e uma leve garoa caia, limpado os rostos suados e cansados de pai e filha.
 Lentamente a noite caia, sem o brilho das estrelas, sem o brilho da lua, o céu escuro, sem nuvens apenas aquela garoa irritante.
 Ao parar mais adiante, o pai tira um fino acolchoado de cima de uma maleta e o dispõe no chão, para que Bela pudesse descansar por um instante, o corpo frágil a garota amolece aos poucos, finalmente Bela consegue dormir.
 O vento sopra os cabelos grisalhos de seu pai e a chuva começa a aumentar, relâmpagos azuis apontam no céu de tempos em tempos. O homem está sentado no chão admirando a beleza da chuva. Um novo relâmpago, uma silhueta feminina aparece de relance, seguida por um forte estrondo.
 Neste instante ele é capaz de sentir duas mãos delicadas tocarem seus ombros.
" O que faz uma mulher sozinha vagando pela floresta há uma hora destas?"
 A figura é pálida e esbelta, aparece novamente em outro clarão, os cabelos longos e dourados sobre os seios desnudos, sua pele suave e o rosto angelical mexeram com o coração do homem, mas por alguma razão ele temia satisfazer sua carne com aquela mulher.
 A mulher usava apenas um saiote roxo e ao avançar abria lentamente os lábios revelando a cada relâmpago, um pouco do comprimento das presas muito alvas.
 Parecia mais um anjo recém-nascido, ou talvez uma vampira, recém-transformada.
 O homem se deixa seduzir pela linda mulher, ele chega os lábios mais próximo aos lábios dela, a mulher o beija apaixonada e sensualmente.
 Inclina o pescoço do homem de modo que pudesse cravar seus dentes em seu pescoço, mas não contava que um simples esquilo acordaria Bela, que vê o problema de seu pai.
 De punhal em mãos, Bela se aproxima silenciosamente da mulher, puxa o longo cabelo dela e quando o pescoço jovem da monstra está á mostra, sem pensar duas vezes, Bela degola a mulher, fazendo que sua cabeça saia rolando pelo chão deixando um rastro de sangue, os seios da falecida estavam aparecendo, Bela levanta um de seus saiotes e cobre o resto do corpo.
 O pai acorda do transe e encontra a filha com sangue nas mãos.
 O pensamento de Bela caiu sobre a fera novamente. Por alguma razão ela matou a vampira, não por seu pai, mas sim por sentir que a fera sofreu em sua vida, e ao matá-la sentiu-se tomada de prazer e não sentiu mais medo... Por um instante chegou a querer estar nos braços da fera, imaginou se um dia ele fora humano... E se ela conseguiria mudá-lo....

Bela & a Fera - Pequeno acidente

Na manhã seguinte, o sol aponta dourado no horizonte. Bela se levanta e vai cuidar de seus afazeres domésticos.
 O pai levanta mais tarde, com os ferimentos lentamente se curando.
-O que houve pai?
-Nada Bela... Nada...
-Nada não. Houve alguma coisa.-insiste a garota.
-Bem, vá arrumar suas malas, te contarei no caminho.
 A garota abre a boca para novas perguntas porém o pai a bloqueia tragando um cigarro. Bela sobe as escadas e arruma suas malas rapidamente, vendo os cabelos ralos de seu pai pela janela.
 -Suba na carruagem...
 Bela obedientemente sobe.
-Para onde vamos?
 O pai de Bela conta-lhe toda a história, sobre a rosa e sobre o monstro, Bela entra em pânico, afinal, onde estaria seu pai com a cabeça ao planejar deixá-la á deriva com um horrendo monstro?
-EU NÃO VOU!
-Você prefere morrer?
-N-não!
-Então obedeça!
 Bela ficou em silêncio. E nesse instante o céu começa a mudar, atingindo um roxo crepuscular.
Um barulho estranho chama sua atenção, e algo viscoso cai em suas roupas, algo como baba, porém vermelho feito sangue, ela decide ignorar, afinal já estava bastante transtornada.
 Ela se mantém em silêncio, absorta em seus próprios pensamentos.
"Ele não deve ser tão ruim, pessoas ruins não cultivariam rosas... Mas eu queria que ele fosse mais humano...Será que ele vai me machucar?Tenho medo... Estarei sozinha, e sem ter como lutar...
 Será que ele já amou alguém alguma vez na vida? Será que ele me amará? Será que eu destruirei ele? Ele é um coração de pedra... Por ter machucado meu pai daquele jeito..."
 Um estrondo interrompe os pensamentos de Bela, ela sente que tudo de ruim está prestes a começar... Em meio ao medo, sente pequenas mãos ossudas roçar-lhe os cabelos, olha pra trás e vê no lugar dos olhos, duas jóias vermelhas, a criatura estava ensanguentada, lembrava um homem, um pequeno homem, porém com olhos fundos, garras afiadas e pequenos chifres.
 O pequeno demônio começa a atacá-la com tremenda violência, tentando atingi-la no rosto, mas a garota se protege com as mãos e sem conseguir gritar, revida os ataques da criatura com a mesma violência, os golpes continuaram fazendo com que partes dos membros superiores da garota se tornassem visíveis até os ossos.
 Lágrimas de dor escorriam por suas feições delicadas e sem explicação o demônio bizarro desaparece, a voz de Bela volta, e tudo o que se dá para ouvir neste instante são os gritos de dor da jovem.

A Bela & a Fera - O quase terrível fim do pai de Bela

Passos acelerados numa floresta densa e escura, um homem cai ao fugir daquela besta horrenda.
 As roupas da criatura estão em farrapos, os olhos densos de fúria, os lábios ensanguentados, cabelos desgrenhados (ou seriam pelos?) e seu rosto, todo deformado, mais parecendo um cão a um humano.
  Garras afiadas começam estraçalhar o peito do pobre homem que mantém a rosa firme por entre os dedos.
-Clame por piedade verme!-urra o monstro.-Vamos!Foi assim que minha rosa se sentiu!!
  O sangue escarlate começa escorrer pelo verde-escuro da grama.
-Por Favor! Só roubei sua rosa para levar para Bela, minha filha!!!
  A Fera solta um urro de tristeza e parte o carvalho ao seu lado com um só golpe, o homem percebe que a besta fica intrigada com sua história.
-E como a moça é?
-Uma jovem muito bonita, magra, olhos cor-de-mel, cabelos ondulados... A coisa que ela mais ama no mundo são rosas, as rosas mais bonitas que encontrei foram as suas... Perdoe-me senhor...-diz o homem aos prantos.
-Pouparei sua vida, mas traga-a para mim, se não o fizer, acabarei com a vida da jovem garota...
  O homem concorda e levanta-se aos tropeços na escuridão, o medo e a dor o tomando por completo, seu sangue cintilava á luz do luar. Ele ainda mantinha a rosa em suas mãos, os espinhos perfurando profundamente a carne velha do homem.
  O homem caminha lentamente devido a idade e a dor, mas mesmo nessas condições chega á uma pequena vila, onde um bom samaritano oferece-lhe carona.

O homem sobe na carruagem depois de receber alguns cuidados da esposa do bom samaritano.

Permanece em silêncio e o rapaz não lhe faz muitas perguntas.
-Bonita rosa... É para sua esposa?
-Não, para minha filha...
-Para onde está indo ?
-Para o vilarejo sul...
 Os dois permanecem em silêncio, afinal, o caminho é longo.
 3 dias se passaram e finalmente eles chegam ao vilarejo sul. O velho agradece ao rapaz por tê-lo levado em segurança até sua casa.
 Uma moça magra está a espera dele no cercado, já é tarde e ela aparenta sono.
-Pai!-exclama ela
 O pai abraça a filha, mesmo com a dor.
-Trouxe sua rosa.
 A jovem sorri e entra na casa, põe sua roupa de dormir e vai se deitar.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

nya

Bem.... Perdi meu blog antigo... Esse é o novo... haha'
Terminarei de postar minha visão sobre as coisas... Minhas histórias...