quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Correntes -18-

E é nessas horas que você não sabe se o que está fazendo é certo ou errado.
Eu estava transbordando de alegria por estar com Thomas, tanto que até quase me esqueci de Ritchie...
E aos poucos os instantes para meu casamento iam se esgotando, eu estava a cada segundo mais próxima de me casar com um desconhecido bonitão pelo qual tinha me apaixonado, mas agora eu já não sabia mais o que era...
Não sabia... Não era mais tão quente  ou tão doce nem tão surreal... Acho que estava prestes a se tornar uma rotina... A qual, depois do laço que formaríamos diante de Deus, seria uma rotina eterna... Não sei se estou pronta pra isso... Mas também não estou pronta para abandonar o cara que está comigo durante todos esses meses por um garoto de faculdade... O que fazer?
Essa era a pergunta que eu repetia tensa em minha mente enquanto enrolavam meu cabelo, me enfiavam naquele vestido e pintavam minha cara.
Thomas ficou responsável por me levar até a igreja.
-Você está linda meu amor... Queria estar no lugar de Ritchie...
Eu corei, não sabia o que falar e sentia lágrimas acumulando nos meus olhos, sem que eu pudesse controlar.
-Nem pense em chorar mocinha. Todas as pessoas ficam feias chorando...E hoje você tem a obrigação de estar linda.
Eu sorri por entre olhos marejados. E então ele estacionou o carro antes da igreja.
-Posso te dar um beijo?
-Eu não sei... Acho que você não
Antes de terminar a frase ele me beijou, foi o beijo mais apaixonado da minha vida.
-Agora retoque logo a maquiagem, e nunca mencione isso, é o nosso segredinho... -disse ele sorrindo.
Arrumei minha maquiagem ele parou na frente da igreja, fomos arrumar os instrumentos, ele colocou aquele microfone tipo vocaloide em mim e correu para um dos assentos lá na frente.
A versão acústica de Kikoenai Uta começou a ser tocada por minhas amigas, e com a mesma paixão e a mesma dor eu cantei aquela música que explicava como estava meu coração até chegar perto de Ritchie.
Ele me beijou a testa e disse o clássico "Você tá linda gatinha". E eu sorri. Tinha decidido esquecer o beijo de Thomas para viver o aqui e agora e o pra sempre.
E então o padre começou a falar aquelas mesmas palavras que fala em comédias românticas e que conhecemos de trás pra frente.
-Eu aceito.
-Eu aceito.
Então a maioria da igreja sorria e aplaudia o nosso beijo. Mas pude sentir a dor de Thomas e a felicidade dos meus pais em forma de lágrimas também.
Saímos da igreja e ao invés de arroz, jogaram champagne, entramos no carro e fomos até a festa.
Eu e as meninas tocamos algumas músicas, mas logo mudamos de lugar e fomos para a pista de dança.
A lua cheia estava alta no céu...
Todos estavamos felizes... E eu comecei a duvidar da minha dúvida se o que eu estava fazendo era certo ou não.
Quando a festa acabou Ritchie e eu fomos para um chalé no Rio Grande do Sul onde ele prometeu que me diria tudo o que eu quisesse saber sobre ele...

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