quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sentido

Ouço sua voz pelo telefone, meu corpo inteiro estremece.
Sinto seu cheiro impregnado em mim e na minha cama mesmo se você não está comigo, ou na minha cama...
As lembranças engraçadas fazem surgir um sorriso no meu rosto... E as não muito boas me fazem sentir raiva de mim mesma.
É saudade, é fogo, é água.
É o amor, o sentido de tudo, da vida, de nós e de nossa futura vida.
Somos eu e você e ninguém mais.
É com você que eu quero estar do nascer do sol até a luz do luar.

Correntes -20- Final

Os dias foram passando e mesmo com a saudade do morno calor do sol e da praia e da pscina e da minha família eu estava bem... Talvez até um pouco feliz...O problema era ter mudado tudo completamente.
Consegui me tornar uma estilista de sucesso, e com minha nova aura consegui alguns trabalhos de modelo, lógico que os fotógrafos achavam estranho só sair a noite, só dar entrevistas a noite e talz.
E então quando pisquei os olhos, anos passaram e meus entes queridos morriam aos poucos. E ele já não me era mais o suficiente.
Eu jamais teria a alegria de ser mãe, jamais poderia abandonar a escuridão da noite. Estava novamente com a sensação de estar presa á ele... O sexo já não era mais o mesmo.
Mas ele ainda está feliz.
Eu passava a maior parte do tempo desenhando e costurando, já não sabia mais como eu era, não tinha reflexo, e estava mais branca que papel sulfite.
Estava sozinha... Eu e minhas roupas.
500 anos juntos quando resolvi piscar denovo. Mudei o nome da minha grife por diversas vezes, não dava mais entrevistas, as pessoas ficariam chocadas se vissem que eu continuava com a mesma aparência jovem de sempre.
Eu já não aguentava mais. Todo aquele amor tinha morrido e aos poucos meu amor por mim estava morrendo também.
Estava cansada daquelas correntes me prendendo. Então nesta manhã ensolarada, dei um beijo na testa de Ritchie e deixei um bilhete dizendo "Hey querido, não posso mais continuar, estou me sentindo presa, não aguento mais... Preciso me libertar, me livrar dessas correntes... Procure outra ou venha comigo".
 Abri a porta e fui de encontro ao sol, minha pele começou a queimar e então logo virarei pó.
Logo ninguém lembrará quem foi Vivienne...
Nem como a vida dela era chata, ou como amava seu hamster ou como amou seu marido, seus amigos e sua família.
Voltarei á terra que me alimentou, me abrigou e me protegeu...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Correntes-19-

-Vampiro.
Eu ri.
-Estou falando sério.
-Impossível. Vampiros NÃO existem.
-Posso provar.
-Prove.
Ele se aproximou e tirou meus cabelos do pescoço, então senti algo como anestesia de dentista naquela parte da mandíbula onde não há dentes. Uma dor chatinha, latejante. Depois senti o sangue sendo tirado de mim e meu corpo começou a fraquejar.
-Ritchie! Pare-eu disse- Por favor pare!
Senti como se ele não pudesse me ouvir, fiquei desesperada, senti como se fosse morrer, tudo ao meu redor começou a girar e a escurecer e então não me lembro de mais nada até o dia seguinte.
Acordei nua naqueles lençóis aconchegantes com Ritchie da mesma forma.
Pouco depois ele acordou, pude notar meu sangue seco em seus lábios, a ferida em meu pescoço ainda doía...
-Me desculpe meu amor...Me desculpe... Me  desculpe... Me desculpe... Me desculpe...
Ele choramingava.
-Desculpar pelo quê? Eu quis me casar com você, eu te aceito do jeito que é... Só espero que seja feliz depois da minha morte.-
Comecei tentando ser compreensiva-Só espero que não tenha me transformado num vampiro também...
-Então, é por isso que estou pedindo desculpas... Eu não resisti, tomei seu sangue até quase você morrer, eu não podia te perder, não conseguiria sobreviver... Aí então dei meu sangue pra você para que pudesse voltar a vida.
Eu fiquei quieta por alguns segundos que para Ritchie era como se fossem horas.
-Por favor, fale comigo Vivienne, fale...
-Eu só estava pensando se suportarei a dor de ver todos os que eu amo morrendo diante dos meus olhos... Era o meu maior medo e é terrível saber que quando eu piscar os olhos, isso vai acontecer.
-Você é o suficiente pra mim, eu perdi todos também, passei cerca de 500 anos procurando a garota certa, ela é você...Só peço para que não me abandone meu amor...
-Eu não vou, como poderia?
Os lábios dele tocaram suavamente meu corpo de uma forma tão intensa que mal pude respirar.
E novamente acabamos por fazer amor.
Mas estava diferente, eu estava mais sensível. Jamais sentira tanto prazer em minha vida, apertava os travesseiros para não gemer. Minhas pernas estavam fazendo exatamente o que ele queria que eu fizesse, as coxas dele me masturbavam ao mesmo tempo que ele me penetrava.
E os carinhos eram como brasas de tão quentes, aos poucos começamos a suar, a cama já não tinha mais lençóis, as minhas unhas deslizavam velozes pelas costas dele até fazer pequenos cortinhos...
Meu coração estava mais acelerado que o de um beija-flor.
As janelas estavam abertas e os ventos deixavam o clima mais natural e até um pouco selvagem, eram aromas, sensações, sons diferentes, tudo em mim estava mais aguçado e por mais prazer que sentíssemos não conseguimos ficar completamente satisfeitos. Sinto como se pudesse ficar ali para sempre até me satisfazer.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Correntes -18-

E é nessas horas que você não sabe se o que está fazendo é certo ou errado.
Eu estava transbordando de alegria por estar com Thomas, tanto que até quase me esqueci de Ritchie...
E aos poucos os instantes para meu casamento iam se esgotando, eu estava a cada segundo mais próxima de me casar com um desconhecido bonitão pelo qual tinha me apaixonado, mas agora eu já não sabia mais o que era...
Não sabia... Não era mais tão quente  ou tão doce nem tão surreal... Acho que estava prestes a se tornar uma rotina... A qual, depois do laço que formaríamos diante de Deus, seria uma rotina eterna... Não sei se estou pronta pra isso... Mas também não estou pronta para abandonar o cara que está comigo durante todos esses meses por um garoto de faculdade... O que fazer?
Essa era a pergunta que eu repetia tensa em minha mente enquanto enrolavam meu cabelo, me enfiavam naquele vestido e pintavam minha cara.
Thomas ficou responsável por me levar até a igreja.
-Você está linda meu amor... Queria estar no lugar de Ritchie...
Eu corei, não sabia o que falar e sentia lágrimas acumulando nos meus olhos, sem que eu pudesse controlar.
-Nem pense em chorar mocinha. Todas as pessoas ficam feias chorando...E hoje você tem a obrigação de estar linda.
Eu sorri por entre olhos marejados. E então ele estacionou o carro antes da igreja.
-Posso te dar um beijo?
-Eu não sei... Acho que você não
Antes de terminar a frase ele me beijou, foi o beijo mais apaixonado da minha vida.
-Agora retoque logo a maquiagem, e nunca mencione isso, é o nosso segredinho... -disse ele sorrindo.
Arrumei minha maquiagem ele parou na frente da igreja, fomos arrumar os instrumentos, ele colocou aquele microfone tipo vocaloide em mim e correu para um dos assentos lá na frente.
A versão acústica de Kikoenai Uta começou a ser tocada por minhas amigas, e com a mesma paixão e a mesma dor eu cantei aquela música que explicava como estava meu coração até chegar perto de Ritchie.
Ele me beijou a testa e disse o clássico "Você tá linda gatinha". E eu sorri. Tinha decidido esquecer o beijo de Thomas para viver o aqui e agora e o pra sempre.
E então o padre começou a falar aquelas mesmas palavras que fala em comédias românticas e que conhecemos de trás pra frente.
-Eu aceito.
-Eu aceito.
Então a maioria da igreja sorria e aplaudia o nosso beijo. Mas pude sentir a dor de Thomas e a felicidade dos meus pais em forma de lágrimas também.
Saímos da igreja e ao invés de arroz, jogaram champagne, entramos no carro e fomos até a festa.
Eu e as meninas tocamos algumas músicas, mas logo mudamos de lugar e fomos para a pista de dança.
A lua cheia estava alta no céu...
Todos estavamos felizes... E eu comecei a duvidar da minha dúvida se o que eu estava fazendo era certo ou não.
Quando a festa acabou Ritchie e eu fomos para um chalé no Rio Grande do Sul onde ele prometeu que me diria tudo o que eu quisesse saber sobre ele...

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Correntes -17-

Resultado da minha bebedeira da noite anterior... Ressaca...Mas tudo bem, foram apenas algumas horas, mas consegui me esquecer do que não queria me lembrar. Chegando no trabalho tomei um café pra despertar por completo e então meu dia ficou monótono... Só monótono...
Conversei com meus chefes sobre tirar uma licensa para o casamento, fui para o ensaio da banda já que tocaremos no meu casamento (acho que vai ser a parte mais divertida), fui pra casa e depois pra faculdade.
Thomas não apareceu, então no intervalo liguei para ele.
-Hey, Thomas por que não veio hoje?
-Me desculpe, estou procurando um presente de casamento pra você, é semana que vem não é? Dia 13?
-Sim, mas não precisa de presente, se você for eu estarei feliz...
-Ora, não seja boba... Hey, preciso desligar, é minha vez na fila agora... Beijos, mais tarde a gente se fala.
Antes que eu pudesse dizer tchau ele desligou o telefone... Aquilo ficou na minha cabeça por um tempo, mas quando começamos a criar, fiquei mais tranquila.
E então os dias foram passando, passando e passaram bem rápido ao meu ver... E finalmente chegou o dia do meu casamento... E então veio a ansiedade e o friozinho na barriga e meu coração parecia querer implodir...
Thomas me ligou pela manhã, pediu meu endereço, me deixou no salão mais caro da cidade pra ter um "Dia da Noiva"... Foi o melhor presente de todos... Ele ficou lá o tempo todo comigo... Acho que foi bom para nós dois...Pudemos saber como é que seria se ficassemos juntos, e seria maravilhoso... Beirando a perfeição...
Espero que Ritchie não fique chateado comigo, embora pedi para minha telefonar para ele avisando onde e com quem eu estaria... E já que ele conhece todos os meus passos, particularmente duvido que ele não confie em mim.
Ah Ritchie...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Correntes -16-

No dia seguinte, como de costume, levantei cedo pra trabalhar.
Estava lotada de serviço até o pescoço... Os funcionários novos não sabiam como usar uma cafeteira e entregaram vários cafés com pó no fundo, imagina o tanto de reclamação que não recebi... Foi irritante.
No meu almoço Thomas apareceu por lá, fomos tomar um milk shake... Eu acho que talvez meu coração estivesse só um pouco dividido... Um era misterioso demais e o outro era meu sonho de consumo, só que um pouco talvez também um pouco problemático...
-E então, quem era aquele cara do cabelo branco? Seu avô? -disse ele brincando.
-Então... Eu... Bem... Não
-Desculpe, eu disse algo que não devia?
-Não é só que... Ele é meu noivo e eu fui meio boba por não ter te contado, por favor não me odeie por isso!!
-Agora você está sendo boba, sua boba-disse rindo- Eu já sabia...
-Como?
-A Angel acabou comentando o quão feliz você está por estar com ele, nós dois trabalhamos juntos. Eu é que fui um idiota por ter feito você ficar sem graça...
Eu fiquei corada, baixei a cabeça e sem entender a razão as estúpidas lágrimas foram habitar meu rosto por alguns instantes.
-Hey, Viv, olhe pra mim!! - disse ele.
Eu olhei e o besta estava com os canudos dos nossos milk shakes nas narinas... Não pude fazer nada além de rir é lógico. Mas então ele ficou sério. E eu parei de rir.
- Me promete que ele vai cuidar bem de você?
-Por quê?
-Porque...-ele ficou corado.- Por baixo da minha casca de punkzinho do mal, eu tenho um coração sabia? E esse coração se apaixonou por você e já que eu nunca terei a minha Viv só pra mim, preciso saber se vai ficar bem...
-Prometo.- Disse com um sorriso.
Parece que eu estava prestes a deixar meu futuro pra trás... Meu futuro feliz... Eu acho...Estava prestes a me arrepender da minha decisão...Mas eu não iria mudar o que eu decidi. Se Thomas sabia que eu tinha o Ritchie... Foi escolha dele deixar que eu partisse seu coração... Agora Ritchie era o mel em pessoa... Parecia um pudim de tão fofo e doce e gentil...E eu não poderia decepcioná-lo.
Voltei para o trabalho pensativa... Resolvi não ir para a faculdade... Acordei meu hamster...Ele me ouviria, não palpitaria e ainda me deixaria acariciar o pelo dele... Ele me faz bem...
E então meu telefone começou a tocar...
-Alô?
-Oi Vivienne, meu amor, você não foi pra faculdade hoje, Thomas me disse que você talvez estivesse em casa, está tudo bem?
-Está sim, eu só... Só não quis ir...
-Posso ir buscá-la?
-Não querido, hoje eu quero ficar um pouco comigo entende?
-Perfeitamente.
Eu desliguei o telefone sem me despedir, sem mandar beijos nem nada.
Coloquei meu baby na casinha, coloquei minha calça xadrez que já andava sozinha de tão velha e do tanto que eu usava... Uma camisa com a estampa de "God Save The Queen" do Sex Pistols, me arrumei, fiquei tipo uma bonequinha punk. Saí de casa, parei num barzinho, virei uma dose de menta que mal senti o gosto a única coisa que senti dessa menta foi ela descer quente e cremosa pela minha garganta, tinha uma banda de hard rock tocando e eu passei a noite toda ali, sozinha, bebendo muito, e fumando uns cigarros baratos...
Tudo pra esquecer meu dilema...
Francamente, com essa relação misteriosa e esse segundo cara me senti de novo com meus doces 15 aninhos...Com a diferença de que em poucos dias eu me casaria e quando eu tinha meus 15, só trocaria de namorado.

Correntes -15-

Na faculdade chegou um garoto novo...
Na minha turma pra ser mais especifica.
Cabelos negros, olhos castanhos, alto magro, meio punk... Meu "tipo" preferido. Era feia, ridícula minha atitude, mas eu não pude controlar a ansiedade no meu coração ao olhar pra ele.
E de tanto olhar ele veio falar comigo.
-Olá, eu sou Thomas-disse estendendo a mão para me cumprimentar.
-Vivienne, prazer.
-Posso me sentar  ao seu lado?
-Claro-disse com um sorriso amigável, pelo menos é o que eu acho.
Acabamos conversando durante toda a aula, comemos juntos e o convidei para fazer um vestido, o estilo dele de desenhar era único e agressivo, intenso sabe? E eu super moderna e ao mesmo tempo delicada, com toda certeza, nada se comparará ao nosso vestido.
Como estou noiva decidi, óbvio, tratar aquela relação como algo profissional e tratá-lo como trato meus melhores amigos.
Ritchie me buscou na saida da faculdade uns 7 dias depois, me deu um beijo na testa e apareceu com um monte de coisas relacionadas ao casamento. Eu falei pra ele sobre Thomas, ele ficou um pouco incomodado, mas isso é normal eu acho...
Ritchie pediu para que eu entrasse no carro que ele tinha uma surpresa, sinceramente fiquei animada, afinal a última surpresa tinha sido maravilhosa.
Ele vendou meus olhos com um lenço macio.
Ouvi um barulho de caixa, e logo em seguida um peso no colo.
-Pode tirar a venda...
Eu tirei a venda devagar, abri a caixa e ali estava o vestido mais lindo que já vi na minha vida! Meus olhos se encheram de lágrimas e eu vibrei de alegria.
-Semana que vem, no dia do seu aniversário, aproveitando que é lua cheia também...-Disse ele com um sorriso de gato.
-Mas está emcima da hora, eu nem fiz...-ele colocou a mão sobre minha boca.
-Já cuidei de tudo pra nós, todo mundo sabia, menos você e o tal Thomas.
Eu fiquei vermelha de vergonha e felicidade ao mesmo tempo.
Eu só não entendi o porque de reforçar o Thomas... Acho que era ciúmes...
Até que faz sentido... Falei pouco do Thomas, mas passei bastante tempo com ele, e me diverti muito o tempo todo...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Correntes -14-

Ele me levou até o local do show. Chegamos com uma hora de antecedência á minha apresentação, foi particularmente bom, porque deu tempo de relaxar antes de começar a tocar.
Eu tinha preparado uma surpresa pra ele...
Foi a 15°música do nosso repertório e minha primeira vez no microfone.
Eu cantei sobre como foi que nos conhecemos, cantei sobre os meus medos e sobre nossos beijos. Bem clichê fazer música para namorado/noivo/esposo... Mas eu queria dizer de uma outra forma o que eu sentia, dizer algo além das palavras.
E no meio da multidão pude ver escorrer cristalinas lágrimas dos olhos dele.
Fiquei feliz... As lágrimas davam um brilho a mais na beleza dele.
Quando o show acabou, fomos "assediadas" pelos nossos fans... Essa é uma coisa da qual talvez eu nunca me canse, era mágico...
Fui ao encontro de Ritchie e ele me abraçou. Disse que queria me levar a um lugar especial e eu fui.
Entrei no carro e pegamos uma estrada muito, muito longa.
Então paramos num castelo enorme, que não era exatamente um castelo, óbvio. Era um motel. Eu nunca tinha entrado em um. Minhas bochechas coraram, meu coração acelerou e eu mal falava de vergonha e talvez um pouco de medo...
-Espere um momento, vou pedir algumas coisas na recepção, tome um banho se quiser-disse ele- ao menos que queira me esperar para o banho.
Eu ao mesmo tempo não sabia se ria ou se ficava vermelha. Decidi aproveitar o momento, afinal aquilo aconteceria de um jeito ou de outro não é mesmo?
Enchi a banheira com bastante água  quente e o dobro de espuma e uma meia dúzia de pétalas, não de rosas, mas de girassol.
Eu não estava nua como provavelmente Ritchie queria. Eu estava com lingerie. Pouco tempo depois ele bateu na porta.
-Está aberta.
Ele estava nú e eu coberta de espuma completamente constrangida.
-Posso entrar?
-C-claro
Ele entrou na banheira se fundou e depois subiu sobre meu corpo. Eu mal pude respirar, meu coração estava histérico. O rosto dele estava quase colado ao meu e então os lábios dele suavemente tocaram os meus.
Os longos dedos se entrelaçavam em meus cabelos e  eu sentia o toque do peito molhado dele no meu.
As coxas roçavam as minhas e eu estava pude perceber um formigamento percorrendo-me dos pés á cabeça.
Ele saiu de cima de mim.
-Vou te esperar na cama.
-Tudo bem...
Foi a única coisa que pude dizer, eu esperava que ele me conduzisse... Eu estava ansiosa pelo que talvez viria a acontecer.
Tirei o que restou de minhas roupas, me enrolei na felpuda toalha branca que tinha ali.
Fui caminhando devagar até o quarto, o que não fez muito sentido, já que eram comodos um ao lado do outro.
Eu parei na frente dele com um coque mal preso.
Ele chegou perto o suficiente para fazer meu coração parar.
Ele soltou meus cabelos e me abraçou bem forte, de modo a afrouxar a toalha do meu corpo.
A toalha caiu no chão e eu mal pude pensar em cobrir minha nudez.
Ele segurou meus braços e beijou meu pescoço. Depois perdeu alguns segundos olhando para meus seios, o que me deixou extremamente envergonhada, mais do que eu já estava.
-Você é ainda mais bonita assim.
Eu sorri.
-Deite-se querida.
Eu deitei. Ele se deitou logo em seguida, mas ao invés do sexo, algo diferente aconteceu. Ele ficou parado olhando para meu rosto, ficamos nos encarando por um tempão. E então eu vi uma lágrima escorrendo pelo rosto dele.
-O que foi?- perguntei preocupada.
-Nada... É só que eu te amo e tenho medo de algumas coisas que um dia você vai entender.
Então eu fiquei quieta... Passei as costas das minhas mãos no rosto dele.
-Você também é importante pra mim.
Ele sorriu e nos abraçamos, nús, naquele quarto, naquela cama enorme, violando a aparência inocente do quarto.
Então nossos corpos se agitaram e fizemos amor até atingirmos o êxtase. As estrelas lá fora sumiam aos poucos dando luagar aos primeiros raios de sol...
Foi uma noite de amor, mas me pareceu uma vida inteira.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Correntes -13-

É... Eu estava feliz, mas eu ainda não me sentia completa...
Mesmo com meus sonhos se realizando e com um cara lindo ao meu lado para chamar de meu.
Sentia que faltava alguma coisa pra resolver... Não sabia o que era e tinha medo por isso e por não saber como resolver.
Nessa noite eu e Ritchie fomos dar um passeio.
A lua não apareceu mas o céu estava estrelado.
Meu coração estava pra explodir.
Ele estava simplesmente lindo.
E me deu um beijo que me tirou o ar, me senti flutuando com a magia que estava acontecendo entre nós. E o beijo foi intenso, meus dedos estavam gelados e eu me lembrei como me senti uma certa vez há uns anos atrás com outro rapaz... Mas com Ritchie eu sabia que duraria e seria pra sempre.
Ele era o sol que iluminava meu caminho. Era a lua que preenchia meu vazio a noite...
Ele era meu sonho realizado...
Muito cedo pra pensar assim de um desconhecido? Agora ele não era tão mais desconhecido. Era meu noivo.
-Quando você quer se casar?-perguntei
-O mais rápido que pudermos...
-Mas mal nos conhecemos...
-Errado. Eu conheço ... Você não, mas vai conhecer. Prometo...
-Por que não me conta agora?
-Ainda não é hora.
Eu fiquei olhando pra ele na esperança dele me contar, mas tudo o que ele fez foi baixar os olhos.
-Eu e minha banda vamos fazer um show semana que vem... Você vai querer  ir?
-Claro. Eu te busco... Levo você, seu contrabaixo, seus amplificadores e blablabla.
Eu dei um sorriso meio infantil.
Continuamos andando e as estrelas estavam cada vez mais brilhantes parecia que o céu cairia sobre nós... E então imaginei quão romântico seria morrer com meu noivo envolta num manto estrelado.