quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Poemas Para Ele ♥

Preciso de um sorriso seu para amenizar minha dor.
Preciso de um abraço seu para me sentir melhor.
Preciso de um beijo seu para atingir os céus.
E entre bilhões de pessoas, só preciso de
você.
Você é aquele que me faz feliz, é aquele que faz meu dia valer a pena, aquele que me faz querer continuar viva.
Esperar o momento certo para que você e eu consumemos o nosso amor.
Aí então me lembro,
de você e eu sem jeito...
Eu pensando na sua beleza e você, pensando em sabe lá Deus o quê...
Queria que seus braços me envolvessem á noite e que você me ligasse pra saber se estou bem.
Descobri que nos merecemos e que te amo muito...
#TEAMOPOLVOFRITO ♥

Bela & a Fera- A batalha final

 Alguns meses se passaram da primavera ao inverno, lá fora nevava e Bela já tinha em mãos todos os artefatos de que necessitava para acabar com aquela terrível situação.
 Fera acordou e foi de encontro á Bela.
 Bela vestia uma  roupa velha e fétida, lambuzou-se de lama e galhos e de sangue animal, já Fera estava normal (dentro do permitido), com seu clássico paletó azul.  Ambos se cumprimentaram e saíram pela porta principal, a estratégia estava combinada, tudo o que lhes faltava era a localização.
 Caminharam floresta a dentro até que ouviram alguns passos nas folhas secas e farfalhares de asas e uma tempestade de neve começou, a neve grudara nos pelos do monstro  e aos poucos iam afundando na neve macia, Bela usava um vestido fino e sentia muito frio. Por volta do meio-dia sentaram-se pra descansar.
  Ela se aconchegou no colo de Fera  sentados debaixo de um pinheiro, começou a cochilar, mesmo em meio á tempestade. Um assovio chama a atenção de ambos e eles ficam atentos.
 Resolvem seguir em frente, afinal, Fera desejava conhecer seu rosto humano. E Bela decide lutar por quem cuidou tanto dela nos últimos tempos (sim, perdi a noção do tempo).
 Reparam em pontos negros no céu, como se algo estivesse em chamas, ela corre com os pés nus pela neve macia, teme que algo ruim esteja acontecendo, Fera se põe no chão como um enorme lobo e eles correm como se apenas descobrir o que estava acontecendo bastasse.
 Finalmente, depois de um tempo encontram a origem do fogo. Se deparam com uma vila, uma vila com ar de morte, paredes em ruínas e os 7 pecados espalhados por cada centímetro daquele lugar, um bar estava sendo incendiado por um grupo de demônios semelhantes ao que atacara Bela no início de sua viagem.
-ESTOU AQUI!-Berra a Fera na intenção de que alguém o note, porém todos naquele lugar estavam ocupados de mais com a luxúria e bizarrice, todos podres e medonhos, parecia noite de halloween.
-CHAMEM-NA AQUI! SOU EU, DO OUTRO REINO... VIM POR ESTAR CANSADO DE RESISTIR Á TENTAÇÃO DOS PECADOS E POR DESEJAR SER AMADO POR UMA FILHA DO DEMÔNIO DE VERDADE!-continuou.
  Uma criatura cheia de tentáculos com mais de dois metros se aproxima dele e pede para que o acompanhe e ele obedientemente vai, sem questionar nada.
 Bela vai de mansinho seguindo os dois, deixando pra trás armadilhas perversas, como por exemplo um buraco cheio de lâminas afiadas e  flechas no fundo para que qualquer um se ferisse gravemente ao passar por ali.
Ela se arma de um arco e flechas em chama e atira em qualquer coisa que ela vê, sem se importar com nada, a pureza da neve é manchada com o sangue carmim dos mortos e de seus pecados, o fogo vai consumindo tudo lentamente e se alastrando pelo resto da vila, e Bela continua seu trabalho imundo em total silêncio.
Alguém a agarra por trás e ameaça cortar sua garganta, é uma criatura de textura nojenta, parecia oco e beija seus ombros, ela odeia isso e num movimento rápido corta-lhe a barriga e derruba uma gosma esverdeada com um pouco de sangue, a criatura começa a secar, e de repente evapora num clarão azul no chão.
 Bela, sozinha sai aniquilando qualquer coisa com movimento, aquelas vampiras nuas e vulgares com dentes afiados que flutuavam sensualmente próximo á ela foram dizimadas por uma espada banhada em água benta, cabeças decepadas rolavam pelo chão e a matança ainda não havia terminado. As "pessoas" da vila estavam quase totalmente dizimadas, mas o caminho até o palácio era longo.
 Bela caminha como um gato, veloz e suave, ao encontro de seu amigo que esta sentado em frente ao palácio comendo algo com muitos tentáculos, Fera estava coberto de sangue e havia uma chama em seu olhar que fez Bela sentir-se possuída por uma onda de paixão.
 Fera atira Bela pela janela com força tremenda e logo em seguida toca o batente da porta sete vezes repetidamente.
Uma mulher alta, ruiva e magra abre a porta, suas roupas são apenas jóias como na dança do ventre antigamente.
-Finalmente.
-Quem é você?
-Ora Jack, ou melhor, Fera, eu sou a mulher que desgraçou a vida de seu reino.-diz ela calma e com uma malícia na voz.-Veio se render a nós?
-Claro, por que não?- diz ele com certa tristeza e fúria no olhar.-Mas quero que saiba que brevemente sua alma estará de volta ao inferno e você será morta mais uma vez.
 A mulher solta uma gargalhada maldosa e avisa que ai buscar a filha.
Fera ouve um grito desesperado e sobe correndo. Para sua surpresa, Bela está com um coração nas mãos e uma linda garota terrivelmente parecida com ela, porém com os cabelos dourados está morta, caída e ensanguentada no chão, toda aquela correria fez com que a "camuflagem" de Bela sumisse, ela estava novamente alva como a lua, mas coberta de sangue seco.
 Fera sorri e mostra os dentes enormes, a mulher não o teme mais, mas mesmo assim ele a pega pelo pescoço e a devora, como um lobo faz com sua caça.
  Finalmente está tudo terminado. Os demônios voltaram para o inferno.
 Bela e a Fera voltam abraçados para o palácio e aos poucos ele vai retomando sua forma humana,suas garras desaparecem e surgem dedos compridos, ao chegarem em casa, Fera, ou melhor Jack, está totalmente humano, suas feições são delicadas, ele parece um anjo esculpido pelas mãos de Deus.
 -Bela?
-Jack?
-Quer se casar comigo?
-Sim!-responde Bela com empolgação.
 E como em todo bom final de histórias infantis: E eles viveram felizes para sempre.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bela & a Fera- Arquitetando o plano perfeito

  Bela esperou alguns dias, até a noite de lua cheia onde seus instintos falavam mais alto. Ela sentia uma força, ouvia um grito ensurdecedor em sua mente, mas ainda não sabia o que fazer. Ela só queria parar com aquele maldito sofrimento que atormentava seus amigos.
  O jantar estava poto á mesa. Ela e Fera deliciaram-se com a incrível refeição. Um som de violino começa e ele a tira para dançar.
  Bela está com um lindo  vestido vermelho, tecido nobre na época, os longos cabelos ondulados sobre os ombros e um sorriso maligno no rosto. Fera também com suas melhores roupas. Ambos flutuando com o som do violino, com os corpos entrelaçados, vivendo a inocência do primeiro amor. Ela já não o temia tanto e ele só queria estar com ela.
-Você está linda esta noite, mas está... Diferente...
-Ora Fera... A lua tem influência sobre as mulheres.
 Eles riem e permanecem dançando até o Sol começar a surgir no horizonte. Ela se senta um pouco cansada. Cansada de tanto dançar. Ele aparece com uma linda rosa vermelha numa espécie de cúpula de cristal, ajoelha-se e implora o perdão da moça.
-Claro.
 Diz ela com um sorriso lindo como a lua estampado no rosto. Eles se deitam para dormir e Bela ainda não sabe o que fazer, só sabe que tem de ser rápida, e ele não pode saber de seus planos, pode se ferir ou tentar impedir acreditando que ela é fraca. Mas ela não é. Afinal, que outra garota teria coragem de enfrentar um demônio por menor que seja?
  Finalmente Bela pega no sono, e vê num sonho flashes, flashes que mostram o que exatamente ela deve fazer e nota que precisa da ajuda de Fera. Ambos devem se apoiar para continuarem vivos e para vencerem e salvarem á todos.
 Na tarde deste mesmo dia ela decide se abrir com ele, respira fundo e pensa naquele beijo.
"Mattew, o que posso fazer meu bom amigo?" pensa ela.
-Bela!-exclama a Fera embalando-a num giro doce e infantil. Mas para a tristeza e decepção dele ela não sorri, mas também não tem medo nem repulsa.
-Fera... Eu tenho um plano;
-Pra que querida?
-Acabar com  aqueles que um dia fizeram mal a você.
- Querida, é impossível...
-Apenas me escute meu amigo... Me escute... Essa noite eu tive um sonho. Um sonho no qual estávamos "fantasiados" como eles, você fingiu que se entregaria e eu fui por outro caminho para que não te ferissem ao notar minha presença. Estávamos armados até os dentes com artefatos religiosos que creio eu servem para enviar os demônios para seu lugar de origem. Eu explico melhor mais para frente. E no final do sonho eu arrancava do peito o coração da sua princesa... E eu e você ficávamos bem... E todos voltavam a ser humanos. É infalível!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bela & a Fera - Desperto do sono

 Bela cuida da Fera, estando sempre ao lado dele, sendo insuportavelmente delicada em tudo o que fazia e em tudo o que dizia para que o amigo se sentisse seguro e para que melhorasse logo.
 Dois  dias se passaram e Fera estava se recuperando bem, Bela estava extremamente feliz pelo progresso de seu amigo.
 Era meio-dia e ela desceu as escadas para chegar ao jardim. Tudo o que ela via era um paraíso, meio medonho, mas ainda assim um paraíso um belo lugar amaldiçoado pela bondade do povo que o habitava. Um lindo jardim florido como os campos da vila onde ela cresceu. Era engraçado pensar em como o destino  é poderoso... Ela  cresceu só. Cresceu no campo, fazendo coisas bobas com seu pai que nunca nada tivera cuja a única mulher que tivera fora a mãe de Bela que morreu no parto. Bela sentava e observava tudo, desde as folhas das árvores ás roupas flutuando nos varais. Mas em alguns instant es a paz no coração dela sumiu, ela agora tentava entender o que estava acontecendo com seu amigo. Por quê alguém o atacaria? Apenas por sua aparência nojenta? Não fazia o menor sentido. E ela se sentia tão impotente, tão sozinha por não saber o que fazer para ajudar seu companheiro. Tudo o que restava a ela era chorar.
-Bela, o mestre acordou e deseja vê-la.-disse a vassoura ao chegar de supetão atrapalhando seus pensamentos.
-Claro,  diga á ele que estou subindo.
 Bela suspira e dá uma longa olhada para além das flores, além das florestas, ela sentia que algo estava prestes a acontecer. Algo ruim.
-Que bom que você está melhor meu amigo.-disse ela pensativa mas com um sorriso no rosto.
-Você está mais bonita do que me lembro.- comenta o monstro recuperando os movimentos e acariciando de leve o rosto pequenino e delicado da moça com aquelas mãos felpudas.
 Ela ri.
-O que aconteceu enquanto estive fora meu amigo?
-Eu não posso lhe dizer, vai achar que é uma tolice e irá se zangar comigo.
-É melhor que me zangue pela verdade do que pela mentira.
-Assim que você partiu, me bateu uma profunda tristeza, eu sabia que era o certo a se fazer, mas eu quero você só pra mim, porque você é a melhor coisa que me aconteceu na vida, lamento muito como nos conhecemos, naquelas circunstâncias ruins... Mas depois, cuidei de você e quando você partiu, senti como se meu coração e minha vontade de viver tivessem partido junto... Eu simplesmente acho que amo você. Tive medo de que não voltaste mais para mime eu não sei mais viver sem você. Então simplesmente parei de comer e de beber para que eu ficasse suficientemente doente para que você voltasse. Mas algo deu errado nesse meu plano... Numa noite em que eu já estava bastante debilitado me deitei nos lençóis em que você dormia e abri lentamente a janela do seu quarto na tentativa de apanhar um leve traço do perfume teu no ar. Eu chorava agarrado ás suas lembranças, mesmo que ruins, de quando não nos falávamos mais. Deitado na cama a lua entrava no quarto e infelizmente trouxe com ela uma pequena criatura das trevas que profanou seu quarto tentando me matar, seu confortável dormitório não merecia ser manchado com meu sangue. Ele era maior que eu, digo ele por não saber o que era. Maior e fétido, cheirava como um rio de corpos em profunda decomposição, os olhos vermelhos como feridas de criança, cabelos grisalhos e garras de metal, não sei se aquela coisa é ao menos humana,  sei que pulou sobre mim e me deu inúmeros socos e traçou diversos profundos cortes pelo meu corpo como pôde notar. Com o pouco de força que me restava lutei contra pavorosa criatura, foi uma mini-guerra de monstros horríveis, onde minha força era gritar seu nome e pensar no seu  sorriso. No fim graças á você venci. Venci a pobre criatura imaginando seu sorriso e tentando imaginar minha dor sem ter você comigo.
 Bela sorri e abraça o amigo, ela não sabe o que dizer, apenas fica grata por tê-lo vivo.
-Meu único medo é que ataquem  você...
 Bela mantém o sorriso e  muitas coisas passam pela cabeça dela como por exemplo a vontade de chorar, ela sente um desejo estranho e um cheiro de sangue, ela queria acabar com a tortura que ele sofreu, acabar com tudo o que aquele povo passou, mas ela faria isso sozinha. Decidiu não contar a ele. Apenas tentava arquitetar o plano perfeito. O plano perfeito para acabar com quem faz mal á quem ela aprendeu a amar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Bela & a Fera - Fique bom Logo

 Bela entra no quarto com o coração partido, ainda mais depois de ver o estado em que seu amigo estava. Rosto queimado de fogo, olhos inexpressivos, ardendo em febre, lençol ensanguentado. Ela não fazia ideia de quê fazer.
 -Como você ficou assim?
 Com a voz fraca a Fera apenas suspira o nome da garota.
-Fera! Fera!-grita Bela entrando em profundo desespero se afogando em suas próprias lágrimas.- FEERAA!!!
POR FAVOR FIQUE COMIGO!
 Uma lágrima rolou daqueles olhos e a Fera desmaiou. Bela caiu em tremenda depressão no mesmo instante, ela se apegara ao monstro mesmo tendo ele uma aparência  medonha e nojenta.
-Fique bom logo-disse ela baixinho.-Fique bom logo.
 A jovem acompanha o pai até a porta de entrada do castelo e ouve um urro de dor, sobe correndo, tropeça e rala os cotovelos nas espessas paredes de concreto.
-Pensei que  você iria me esquece...Esquecer...-murmurava o monstro.
- O que aconteceu meu bom amigo? O que aconteceu?
 Um bule robusto e negro apareceu saltitando no quarto.
-Prazer Bela. O mestre esta assim porque parou de comer, beber acreditando que a senhorita jamais voltaria para o convívio dele e nesse mesmo tempo um demônio atacou o jovem mestre, por favor cuide dele...
-Prazer... Fique com ele, vou fazer uma deliciosa sopa para ele.
 Em menos de meia hora Bela aparece com uma tigela cheia de sopa fumegante, senta na beira da cama.
-Coma Fera, coma por mim...
 Ele com esforço abre os lábios engole forçadamente a sopa que era esfriada com o sopro da própria moça.
-Desculpe-me
-Claro, agora coma, isso, devagar, você vai ficar bom.
 Bela deixa a criatura descansando e chama o bule para descobrir há quanto tempo a Fera está assim.
-Quando ele começou com isso?
-Dois dias depois de sua partida...
-Eu nem havia chego em casa ainda... E o tal demônio? É proveniente daquela guerra que tirou a vida da maioria aqui?
-Creio que sim. A coisa que deve beijá-lo deve ter notado a sua presença aqui moça...
 Bela fica calada por alguns instantes e pensa, pensa em como parar com o sofrimento dessa gente.
-Obrigada.
-Por nada senhora.
 Bela vai ao jardim e lembra-se de Mattew, mas essa lembrança é apagada pela lembrança do dia em que chegou naquele castelo, em como gostou, mesmo que involuntariamente da companhia do monstro. As palavras do pequeno e robusto bule ecoam na cabeça da garota.
"Deve haver uma forma de atacá-los sem ferir ninguém aqui ou nas proximidades daqui... Poderíamos nos infiltrar e arrancar os corações deles. Ou algo pior... Falarei com ele quando ele estiver melhor."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bela & a Fera- Sorriso, Felicidade e uma dose de dor

  Bela acordou na manhã seguinte com os primeiros raios de sol que pousaram mansamente em seu rosto, apanhou uma maçã do chão e comeu, ela precisava chegar em casa. Corria veloz como o vento, um sentimento selvagem no peito, uma gargalhada louca. Ela queria estar em casa, com aquela vidinha simples que levava, apenas lavar, cozinhar, e ajudar o pai, talvez casar com o filho de um fazendeiro e ser feliz.
 Uma pedra gigante no caminho e ela para pra tomar um pouco d'água. Mais algumas horas correndo até avistar a pequena casinha no pequeno vilarejo.
 Ela bate na porta, o pai aparece na janela e sorri ao vê-la.
-Pensei que nunca mais fosse ver você!-exclama o homem ao abraçar a filha.-Entre!
 Bela sorri e entra em casa deixa as malas no antigo quarto e desce para  saber o que o pai fez durante esses 4 meses. Eles conversam e riem acompanhados de doses de vinho.
 No dia seguinte o pai chama alguns vizinhos e faz uma festa para a recém-chegada, a mesa está farta e todos se divertem pra valer.
-Bela!
-Mattew?
-Sim! Você está linda!
-Obrigada...-Responde ao jovem rapaz de olhos verdes e cabelos dourados que fora seu melhor amigo na infância.
 Ela se sente desconfortável e sai para o quintal, as flores nesta época começam a florescer, margaridas e violetas espalhadas pelo campo e ela deita suavemente sobre as flores macias. Mattew chega devagar e deita ao lado dela.
-Olhe Bela, as estrelas estão como quando brincávamos... Estão mais brilhantes e azuis... Mas não somos mais crianças, certo?
-É... Não somos mais crianças, mas ainda podemos nos divertir como na infância...
-Você me daria a honra de ....
-De?
-Brincar de pega-pega esta noite?
Ela ri, estende a mão e toca no ombro de Mattew.
-Está com você!- e sai correndo pelos campos floridos do vilarejo, apenas com a luz suave e fria da lua.
 Mattew corre,  corre o mais rápido que consegue, por horas ele tenta alcançar a moça, e não consegue... Ela  não o vê e passa despercebida e lentamente por ele, ele a pega pelo braço. Olha no fundo dos olhos dela e diz:
-Sua vez...
Ela nada responde, os corpos se aproximam, os corações aceleram e eles entreabrem os lábios num misto de cansaço e de desejo. Eles se beijam á luz do luar, um beijo doce e macio.
Ele a olha nos olhos, ela sorri e novamente se beijam como se não houvesse amanhã, mas de repente ela vê os olhos da Fera  nas estrelas e chora.
Mattew não entende, mas de qualquer forma ele não saberia o motivo, todos voltavam para suas casas.
 Já era o terceiro dia de Bela em casa e a Fera não tentou contato com ela. Bela estava sentindo falta da companhia dele e da linda voz dele, até dos momentos em que ele era bruto com ela e com os outros. Ela também sentiu arrependimento por ter beijado Mattew, foi seu primeiro beijo, foi maravilhoso, mas ela não sabia se ele era a pessoa certa. Mesmo estando confusa como sempre, continuou normalmente com suas tarefas e continuou feliz por ter a companhia do pai.
 Duas semanas se passaram, a lua no céu estava azul e Bela estava sentada em frente ao espelho, penteando os longos cabelos escuros, com um ar de tristeza sem real motivo. o medalhão estava depositado sobre a penteadeira e magicamente se abriu. O rosto da Fera surgiu numa das faces douradas do medalhão, ele parecia sentir dor e clamava a volta da moça.
 -Be..La... Volte por favor, estou doente, acho que ... eu não sei o que há de errado comigo- disse ele, uma lágrima rolou daqueles olhos lindos e expressivos- Por favor, preciso de você...
 O coração da garota disparou e ela começou a chorar.
-Eu vou Fera, espere um instante, já estou indo...
Ela se vestiu rapidamente e pediu ao pai que arrumasse um cavalo para que ela chegasse mais rápido.
O pai mesmo muito triste por saber que não veria Bela por um longo tempo pegou um belo cavalo de um de seus vizinhos e eles partiram imediatamente.
 Na floresta silenciosa o único som que se ouvia era o som dos passos rápidos do cavalo e para aqueles com certa pureza era possível ouvir o som das batidas desesperadas do coração de Bela, as lágrimas geladas escorriam pelo rosto dela, a visão de seu bom amigo sofrendo, as deformidades no rosto estando piores, ela só queria estar com ele... Cuidando dele, até que ele se sentisse melhor, até que estivesse bem...Ela só sabia que queria vê-lo bem, mas não sabia por que, ela tinha medo dele, ele quase matara seu pai , por que tanta preocupação?
 A manhã começa a surgir, o sol coberto por uma espessa neblina , o som dos pássaros quase inaudível devido á espantosa velocidade que alcançaram, em pouquíssimo tempo estavam no castelo. A porta se abriu e ela correu até o quarto da Fera.